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Agricultura

Inverno atípico traz alerta nas regiões cafeeiras

Incertezas climáticas demandam atenção redobrada do cafeicultor 

colheita de café segue em um bom ritmo nas produções de arábica e bem avançadas nas áreas de robusta. No entanto, a ausência de chuvas nas regiões cafeeiras nessa temporada traz um alerta já para a safra 2025. Na maioria das áreas produtoras a realidade é de um forte déficit hídrico.

Inverno quente no Brasil 

Associado à temperatura mais elevada, o volume baixo de chuva tem desenhado um cenário diferente nos cafeeiros. “O grande problema não é só a falta de chuva, já que nessa época realmente chove menos, é a temperatura mais alta.” destaca o engenheiro agrônomo, Gustavo Rennó.

Nos últimos meses, tanto regiões como Sul e Cerrado de Minas ou o Espírito Santo, sentiram fortemente um outono extremamente quente, bem como um inverno atípico com temperaturas também elevadas além do comum.

As temperaturas amenas no outono ou inverno, poderiam ter reduzido um pouco o impacto dessas lavouras com as altas temperaturas, mas, o inverno atípico traz um alerta entre os produtores pensando no próximo ciclo.

Impactos nas lavouras de café

As temperaturas mais altas e com um volume de chuvas considerável, são características do verão, porém sem chuvas esse inverno mais quente começa a criar uma certa preocupação com as expectativas para a primeira florada do novo ciclo.

“Já estamos com um déficit hídrico, por conta do outono e inverno mais quente. As plantas e o solo perderam água e a falta dessa reposição é o que preocupa”, explica Gustavo.

Comumente os meses de agosto e setembro são mais quentes nessas regiões produtoras de café no Brasil, e com o cenário atual a insegurança é em relação à expectativa futura.  “Se tivermos alguma chuva ainda em julho ou no começo de agosto, uma chuva considerável, com um volume grande, diminuiria muito o problema. Mas como a gente sabe que não é comum chuvas nessa época, não estamos confiantes e esse é nosso maior problema hoje.”

Esse cenário liga o alerta já que pode impactar a safra do próximo ano, bem como as floradas adiantadas em muitas fazendas. “As plantas estão respondendo de forma atípica. As lavouras têm muito vigor e estão adiantando as floradas. Ainda que tenhamos mais pela frente, isso já mostra a probabilidade de a gente ter uma colheita bem desuniforme, como foram nos últimos dois anos, ou seja a continuidade desse problema.” destaca Rennó.

Expectativas após a colheita  

Apesar das expectativas sinalizarem um cenário preocupante, ainda é cedo para qualquer afirmação, mesmo com o alerta já instaurado entre os cafeicultores.

Uma chuva em um curto prazo poderia alterar a cena e melhorar a situação nessas regiões. Para Gustavo, o momento que se aproxima com as colheitas bem adiantadas, é de muito trabalho. “Essa é a hora que o produtor precisa trabalhar muito e principalmente com os foliares”.

As incertezas climáticas criam além da insegurança a necessidade do produtor se atentar tanto em relação às doenças, como as pragas que podem surgir após a colheita e durante a florada.

A doença de Phoma, deve entrar no radar dos produtores, principalmente levando em consideração o cenário de incerteza climática nas regiões produtoras. A possibilidade de chuva a qualquer momento, ainda no inverno, pode trazer a incidência da doença durante a florada.

Outro ponto de alerta nesse período, é o controle do bicho-mineiro. “O produtor precisa estar sempre em alerta com essa praga, principalmente com esse tempo seco”, enfatiza Gustavo Rennó. De um modo geral, o avanço da colheita nas principais regiões já sinaliza um alerta com as questões climáticas.

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