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Economia

A picanha está mais barata? Entenda a queda no valor do corte

Além da queridinha do churrasco, outras opções como alcatra e filé mignon também chegam com preços mais acessíveis às prateleiras dos mercados em 2023

Por Izabel Gimenez — São Paulo

Quem vai ao mercado organizar o churrasco do fim de semana já deve ter reparado que o preço da picanha mudou.

Entre janeiro e junho desse ano, o corte acumula queda de 6,62%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Outras opções como a alcatra (-8,36), o filé mignon (-7,1%), o contrafilé (-6,11%) e a costela (-5,44%) também se destacam. Em geral, as carnes bovinas têm ganhado maior espaço na mesa dos brasileiros com a mudança significativa de preço. Só em julho o valor diminuiu 2,42%.

Quanto está custando a picanha em 2023?

Na última semana, a deputada federal Maria do Rosário (PT) levantou essa discussão no Twitter após publicar um vídeo mostrando a oferta de picanha por R$ 34,99. “Olha que maravilha esse preço da picanha!”, escreveu nas redes.

No entanto, é válido ressaltar que a promoção citada pela parlamentar é exclusiva para a picanha fatiada, uma opção mais acessível da peça que mistura picanha e coxão duro.

Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria, estima que o corte esteja disponível por R$ 49,97 no atacado e R$ 73,87 no varejo. Em janeiro, o valor era de R$ 61,33 e R$ 82,38, respectivamente.

“A carne caiu mais no atacado do que no varejo. No atacado, ela se dá devido à queda da arroba do boi gordo. O mercado atacadista repassou essa diferença, mas o varejo está se aproveitando [da queda], o repasse não é integral”, afirma.

Apesar da mudança significativa, o valor continua mais alto se comparado com 2019. Nos últimos cinco anos, a picanha subiu 44,3% no atacado e 59,31% no varejo. “Esse aumento veio em função do ciclo de preços pecuários”, esclarece Torres.

O que está por trás da queda de preço da carne bovina?

A lei de oferta e demanda citada por Alcides Torres é um dos motivos. Com os recordes de abates de 2023, a quantidade de carne disponível é maior e, consequentemente, seu valor cai.

Para se ter uma ideia, em junho deste ano, o indicador do boi gordo Cepea/B3 registrou queda de 25,7% em comparação ao mesmo período ano passado, o menor patamar de 2023.

Além disso, o momento de “descompressão de custos”, como define Matheus Peçanha, economista e pesquisador do FGV/Ibre, também impacta positivamente os preços, que se mantinham inflacionados desde 2020.

Insumos básicos, como ração, gasolina e energia, por exemplo, registraram queda significativa, diminuindo os custos de produção. Ainda assim, mesmo que as matérias-primas sigam com preços menores e a oferta em alta, o repasse não deve ser feito integralmente.

“O preço deve continuar caindo nos próximos meses, mas o varejo tem outro tipo de sensibilidade. No Dia dos Pais, por exemplo, o preço sobe em razão do aumento do consumo, depois volta a cair”, adiciona Alcides Torres.

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