Fonte: GE
Técnico argentino retorna ao Tricolor quatro anos depois de conquistar o Paulistão e analisa situação complicada na competição nacional: “Temos de ver a realidade”.
O técnico Hernán Crespo foi apresentado como novo treinador do São Paulo na manhã desta terça-feira, na sala de imprensa do Morumbis.
Substituto de Luis Zubeldía, que deixou o cargo na pausa da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, o também argentino inicia sua segunda passagem pelo Tricolor. A estreia será contra o Flamengo, no Maracanã, pela 13ª rodada do Brasileirão. Com o time na 14ª posição, ele vê urgência para a reação:
– O primeiro que tenho de fazer é viver o dia a dia, partida a partida. Vejo uma urgência, que é o Brasileirão. Tratar de competir e ganhar pontos em função de ficarmos tranquilos. Depois, Libertadores e Copa do Brasil é mata-mata. Tudo pode acontecer. Mas a urgência é o Brasileirão. E isso é algo que existe. Temos de ver a realidade.
– O que sonho? Vim aqui ganhar. Quero ganhar. Vamos poder? Vamos ver. Começando por competir bem e ganhar partidas, construir uma oportunidade. Mas hoje a realidade é ganhar jogo, estarmos preparados para a oportunidade de vencer.
Campeão paulista em 2021, Crespo retorna ao Tricolor quase quatro anos depois de passar por Al-Duhail, do Catar, e Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos.
– Penso que sou melhor. Mas todos somos melhores. Sou um melhor treinador nesse momento, porque passou o tempo, sigo sendo um treinador jovem. E a pessoa não muda. Eu sigo sendo a mesma pessoa que antes, mas, sim, tenho mais ferramentas para poder oferecer a um grupo.
– O que é importante é que nenhum treinador tem a fórmula mágica. Não existe o manual do treinador ganhador. Não existe. Pedem uma fórmula mágica que tudo vai funcionar, não. Tem que trabalhar. A equipe vai competir. Ganhar? Vamos ver para chegar nesse momento. O primeiro a fazer é tratar de competir.
O treinador citou seu antecessor durante a entrevista coletiva e disse que espera evoluir o trabalho iniciado por Zubeldía
– Tenho um respeito pelo trabalho do Zubeldía. O meu prazer será que o torcedor do São Paulo se identifique com o time. E para isso precisamos de tempo. Vamos ter um período de adaptação. Sabemos que vamos ter um mês e meio duríssimo, mas depois chegará setembro. É completamente diferente da história passada. Sou a mesma pessoa, mas como treinador sou melhor que antes. Espero poder demonstrar – destacou.
Ao lado de Crespo na entrevista coletiva, o presidente Julio Casares festejou o retorno do técnico ao São Paulo e disse que o clube não trabalhou com outras alternativas para o cargo neste momento. O treinador disse que voltou por uma conexão criada com o clube:
– Falei recentemente que é um lugar mágico. Não tem uma explicação. Não sei o que tem. Sabemos que a história é importante e todos conhecemos, mas há algo na mente de quando chega ao estádio que te atravessa. E fica lá dentro. Se me permitem sonhar? Gostaria de estar ao lado de Telê, de Muricy (na história). Se vamos sonhar, vamos sonhar grande. Mas está difícil.
– O primeiro que podemos dizer é que foi sentimento. Quando me chamaram, eu não pensei. É o São Paulo. Ponto. Depois vemos os problemas, como enfrentá-los, como melhorar. Se estão piores, melhores. Creio que estão melhores. Preciso ver no dia a dia, a dinâmica do trabalho, o grupo de jogadores. Preciso de um pouco de tempo.
– Tenho essa mini pré-temporada para fazer uma avaliação geral. Tudo indica que sim. Está melhor do que há quatro anos. Começando por mim. Eu sou melhor do que há quatro anos. Agora, para avaliar o que é melhor e o que é pior, necessitamos tempo. Mas o futebol é dinâmico, e sempre tenho de melhorar – completou Crespo.